Até aqui, nada de surpreendente. A própria CPNT também sugeriu a criação deste cargo, durante a campanha de 2009.
Mas como os nossos "camaradas" do PS Alenquer nunca dão ponta sem nó, que é como quem diz, nunca criam um "tacho" sem um atractivo e aromático condimento, esta pobre alma que teria que passar tortuosos dias em frente a uma secretária a ouvir os terríveis munícipes a brandar palavras de má fé contra a inocente Câmara, iria receber a módica quantia de 2500€. Um exemplo da exploração do estadão, que tão mal recompensa aqueles que trabalham arduamente em nome do bem público... ou talvez não.
Contudo, que executivo da "cambalhota" seria este, sem mais uma divertida peripécia?
Claro que a proposta de 2500€ foi chumbada. A CPNT sugeriu que o vencimento do provedor fosse equivalente ao do ordenado mínimo nacional e que uma das condições para a nomeação fosse que o detentor do cargo nunca tivesse desempenhado cargos políticos. Habemos mediatore!
O hilariante vem agora: então, já nós iamos ter um sítio onde podiamos extravazar todas as nossas peripécias e desamores com a Câmara Municipal, quando, em reunião de Câmara, o PS vem dizer que não há dinheiro para se pagar este "livro de reclamações humano"!
Então... mas não iamos pagar 2500€ uns momentos atrás? Ou já estava previsto que era para adiar? Ou será que conjuntura económica mundial e alenquerense mudou assim tanto? Ou será porque o "psicólogo autárquico", que já estava a contar com um belo tacho no Natal onde preparar a consoada, viu que a panela de 50 doses era afinal uma caçarola para um?
Agora a sério: são situações como esta que retiram toda e qualquer credibilidade aos nossos autarcas. Temos uma situação clara de criação de um cargo de pouca relevância para a vida do município, mas excessivamente renumerado, mostrando uma óbvia intenção de beneficiar um qualquer amigo próximo do poder autárquico socialista.
E, claro, quem vai alimentando esta rede de boys e girls é o dinheiro dos contribuintes! Dinheiro esse que, já que temos que o dar, poderia ser melhor aplicado no apoio aos munícipes portadores de deficiência (contemplados no novo orçamento com a "exurbitante" quantia de 800€... a dividir por todos, diga-se) ou às IPSS (que, devido às recentes opções cegas do governo, deixarão de contar com o reembolso do IVA das suas despesas).
Este é a Câmara que temos tido: pervertida, desvirtuada e a gritar por mudança, depois de 36 anos escrava de interesses instalados. E cabe a cada um de nós decidir se é assim que a quer manter!
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