segunda-feira, outubro 31, 2005

E que tal abortar a discussão?

A Juventude Socialista admite votar favoravelmente qualquer iniciativa legislativa para a alteração da lei do aborto, depois da proposta de convocar um referendo nacional sobre esta matéria ter sido inviabilizada pelo Tribunal Constitucional.
Este cenário é totalmente inaceitável, não pelo conteúdo da matéria em questão, mas sim pela forma como o processo está a ser conduzido. Se não vejamos, se a alteração à lei do aborto tem, inquestionávelmente, importância e interesse nacional, ao ponto de ser colocada em discussão e sufragada em Referendo, não seria coerente votar a alteração à lei do aborto em Assembleia da República. Isto demonstra claramente a prepotência do Governo e da maioria socialista, neste caso personificada na nossa congénere JS.
Revela uma tentativa clara de afastar a população, e especialmente a juventude, do debate do Orçamento de Estado para 2006. É a clara tentativa de afastar a população da discussão, do confronto de ideias, do debate, de um OE que não serve os interesses de Portugal, economica e socialmente. É a completa antilogia das promessas ou programa de governo que a maioria dos portugueses votaram favoravelmente nas últimas eleições legislativas.
É preocupante que a nossa congénere socialista se esteja perigosamente a aproximar da esquerda radical e trotsquista, esquecendo problemas de fundo que afectam e interferem directamente com a vida dos portuguese: o desemprego, a inflação, os impostos, o crescimento económico. Não queremos com isto menosprezar a matéria aborto, mas pensamos que é uma matéria supra-partidária e que depende exclusivamente da consciência de cada um. Como tal, será uma matéria que não deveria ser aprovada em AR, mas sim posta em discução na sociedade portuguesa, e votada em Referendo. Logicamente, numa outra altura que não a do debate do OE.

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